A diretora do Hospital da Mulher, Charline Portugal, informou que a unidade está apurando com maiores detalhes tudo que ocorreu durante o parto de Taiane Lima Barros.
Mais um bebê veio a óbito em Feira de Santana devido a grande demanda e a falta de leitos nas maternidades da cidade. Taiane Lima Barros, 30 anos, deu entrada no Hospital da Mulher por volta das 13h30 de ontem (8), em trabalho de parto. Com os nove meses completos, o bebê morreu e a família responsabiliza o hospital.
Matheus Bispo da Silva, 28 anos, pai da criança, informou que o bebê nasceu com três quilos e duzentos gramas e que a mãe vinha fazendo todo o acompanhamento médico. Segundo ele, a criança estava em condições normais e morreu devido a falta de um atendimento adequado. Ele ainda disse que os médicos aplicaram um medicamento em Taiane para a indução do parto normal.
“Eu trouxe minha mulher para ganhar neném, e a criança veio a óbito por falta de empenho dos profissionais e a forma de desenvolver os trabalhos. A gente aguardou muito, pois eles diziam que o hospital estava cheio, não tinha leitos. Além disso, eu observei, não sou especialista, mas vi que maltrataram muito ela no momento da triagem. Ela ficou em torno de 12 horas aguardando. Eles queriam induzir para fazer parto normal e viram que ela não tinha passagem para isso, mesmo assim insistiram. Deram algum medicamento que afetou até a criança e o coração do bebê acelerou. Aí levaram ela para a sala de cirurgia e 10 minutos depois, tomei conhecimento que a criança estava morta”, relatou.
Matheus ainda informou que este seria o segundo filho do casal. O primeiro também nasceu no Hospital da Mulher e, segundo ele, na ocasião foi constatado que Taiane não tinha condições de ter filho normal. Desta vez Matheus disse que avisou que a mulher teria que ter um parto cesário, mas os médicos insistiram no parto normal.
“A gente está sofrendo com tudo isso que aconteceu. Vamos tomar providências. A família está chocada com isso, estamos sofrendo muito e queremos justiça”, disse.
Adriana Silva Caldas, que iria batizar a criança, também desabafou com relação ao atendimento no Hospital da Mulher e cobrou providências.
“A pessoa espera nove meses, uma gestação, tudo planejado, a criança em ótimo estado e os médios ficam induzindo o parto dessas mulheres, pois não tem vaga e estão chegando outras mulheres. Era pra ser cesariana e eles induziram o parto normal. O governo tem que fazer outro hospital para essa cidade, pois está muito sobrecarregado”, afirmou.
A diretora do Hospital da Mulher, Charline Portugal, informou que a unidade está apurando com maiores detalhes tudo que ocorreu durante o parto de Taiane Lima Barros. Segundo ela, a paciente se enquadrava dentro das condições para o parto normal e os procedimentos seguiram as orientação do Ministério da Saúde.
“Até o momento chama a atenção a evolução para o feto morto que foi muito rápido. Com a demanda que temos aqui, ao ser avaliada as 19h, quando fez a ficha, os batimentos do bebê estavam normais. As 21h ela deu entrada no centro obstétrico e os batimentos do feto estavam normais. Como ela estava com cinco centímetros e tem toda uma história que pode fazer parte do protocolo do parto normal, foi assistida devidamente e entrou conforme as orientações do Ministério da Saúde. O que fazemos aqui é o que se faz em toda maternidade pública que cumpre as normas”, afirmou.
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