Ela é jovem, Sorriso largo, meiga e gentil. Alem destes atributos ela AMA cuidar da voz das pessoas, porque entende que existe uma relação entre voz, bem estar do corpo e saúde. Izabela Lima Fonoaudióloga é natural de Coité e teve boas experiências na capital baiana e até em outros estados, capacitando-se e trazendo na bagagem muita experiência profissional para serem aplicadas no seu dia á dia como Fono...
Antes que esqueçamos ela também tem uma excelente atuação no MOVIMENTO FEMINISTA. Mas isso vamos deixar que ela mesmo nos conte sobre isso em outra oportunidade.
Izabela participa ativamente do Movimento Feminista em toda a Bahia |
Leia a entrevista na integra com Izabela:
GN: O brasileiro cuida da voz?
FONO: Não. O brasileiro, na verdade, não tem a devida atenção com sua voz. Geralmente procuram um profissional quando há uma patologia instalada, uma necessidade muito específica.
GN: Esse cuidado com a voz esta relacionado com problemas de saúde. Cuidando –se da voz preventivamente eu estou cuidando da minha saúde?
FONO: Com certeza. Como a saúde é o bem estar global, tanto físico como mental quando algo não vai bem na voz isso pode acabar afetando a pessoa como um todo. Alguns problemas vocais afetam negativamente a vida do indivíduo. A qualidade da voz pode interferir no aspecto social e/ou emocional. E se você usa a voz profissionalmente pode afetar o seu desempenho em seu trabalho.
IZABELA ATUA EM FONO... COM CRIANÇAS, JOVENS, ADULTOS E IDOSOS. |
GN: Há uma ideia de que só utiliza a voz profissionalmente professores, palestrantes, cantores, lideres religiosos… há outros tipos de pessoas que utilizam se da voz como profissional no dia a dia?
FONO: Políticos, advogados, jornalistas, vendedores, são diversos os profissionais que utilizam-se da voz como instrumento de trabalho. Se sua voz é essencial é para sua função, você acaba sendo profissional da voz.
GN: E se caso eu não utilizo a minha voz como um instrumento de trabalho mesmo assim há de se ter cuidado com a voz?
Em seu consultório Izabela prescreve as mais variadas formas de tratamento. |
FONO: Com certeza a qualidade vocal deve ser uma preocupação de todos , porem o cuidado do profissional vai ser redobrado pois é o instrumento de trabalho dele.
Ele deve estar zelando desse instrumento que garante o exercício da sua profissão. Dentro desses cuidados posso estar elencando alguns: hidratação, a nossa voz requer também a utilização de água. Muitas vezes nós nos esquecemos, utilizamos a voz por horas e não repomos essa água, higienização vocal com maçã, por exemplo, que é uma fruta adstringente, ela age como se fosse um detergente, vai limpar seu aparelho fonador.
Evitar falar muito alto , muitas vezes fazemos esforço vocal desnecessário, e por um período muito longo. Se vc é professor, pode usar um microfone em suas aulas como forma de diminuir o esforço, por exemplo.
Evitar choques térmicos. Beber uma água muito gelada ou algo muito quente é prejudicial. O ideal é que demos preferência a líquidos em seu estado natural, especialmente se formos usar a voz. Fora isso a utilização de roupas leves e confortáveis é interessante porque não vai afetar seu desempenho ao falar ou cantar . A escolha da vestimenta para um profissional da voz pode evitar um stress desnecessário.
O atendimento de uma profissional vai bem alem das paredes de um consultório. |
GN: Mas há quem diga que o trabalho com o Fonoaudialogo é algo para rico, não perpassa pela classe média ate pela classe C como desmistificar isso.
FONO: Procurando o profissional, porque nem sempre o que é bom e de qualidade é caro. Muitas pessoas que me procuram se assustam pois imaginavam que era algo muito caro, que não iriam poder manter o acompanhamento e não é. No mercado há diversas possibilidades sem perder em qualidade.
É importante ter a preocupação de que é um profissional de qualidade e a noção de que essa qualidade vai ter um custo, mas isso não quer dizer que seja algo que impeça de fazer o acompanhamento. Hoje uma consulta com o Fonoaudiólogo tem o mesmo valor de um profissional de Fisioterapia, Nutrição e você vê que as pessoas fazem acompanhamentos com esses profissionais tranquilamente. Então não é algo fora do alcance.
GN: É fácil trabalhar nessa área na região Sisaleira, uma região tão carente como a nossa?
FONO: Não é fácil. Especialmente em uma época como a nossa, de seca e crise no país. Não tenho ainda um ano que estou atuando como Fonoaudióloga na região, mas não é impossível, tanto que sigo trabalhando.
Vai muito do querer do profissional. Eu estudo muito, não é porque estou formada que iria me acomodar, acho importante permanecer estudando. Tenho divulgado bastante meu trabalho, muitas pessoas não sabiam o que um profissional de Fono realmente fazia , achava que era só cuidar da voz e da audição sendo que perpassa por diversos outros aspectos.
Está sendo bem gratificante o retorno, as pessoas estão reconhecendo , divulgando, muita gente não sabia que crianças com necessidades especiais precisavam de fono, que um adulto “gago”, por exemplo, tinha condição de ter um acompanhamento, pacientes que sofreram AVC, bebês que não estão conseguindo sugar, muita gente não sabe que a Fonoaudiologia pode auxiliar em todos esses casos. Para um tratamento ortodôntico as vezes é necessário o acompanhamento da Fono pro resultado ser mais proveitoso .
Izabela é contratada por muitas escolas, empresas e instituições que zelam pelo seu bem maior. Pessoas. |
GN: Tem pessoas que mesmo próximos de nós termina falando com um tom de voz alto, passa-se uma impressão que está brigando discutindo , essa pessoa tem problema de audição ou de voz?
FONO: Isso tem que ser investigado, depende do caso.
GN: O profissional da voz descobre isso.
FONO: Sim, temos instrumentos. Para verificar se a pessoa tem algum problema auditivo fazemos exames audiológicos, e se não for nada relacionado a adição, se for uma questão de estética vocal tem como fazer uma adequação. A nossa voz também é um cartão de visita, é uma maneira de nos apresentarmos, acaba compondo toda a sua imagem.
Temos alguns políticos, o caso mais conhecido é o do Lula, ele fez tratamento Fonoaudiológico para tirar essa impressão de que ele brigava sempre nos debates. Se você pegar as imagens das entrevistas dele antes do ano 2.000 você vai ver uma postura muito mais agressiva, o tom de voz dele mostrava uma agressividade, porque ele era acostumado a militar em sindicatos , onde tinha que ser mais incisivo pra ser ouvido, na TV, em debate, não pode ser assim. Após o acompanhamento, ele adequou seu tom de voz e muitos dizem que foi fundamental na vitória dele nas eleições.
GN: Nota-se que você é bastante jovem, por que esse interesse em cuidar da voz das pessoas. O que te despertou, não tinha uma opção de outra área talvez ate de uma forma mais vaidosa. Por que cuidar de algo que poucas pessoas querem cuidar?
FONO: Na verdade eu não entrei na Fonoaudiologia pela voz. Na época, assisti num programa do Jô Soares uma Fonoaudióloga que não me recordo o nome. Ela falou sobre Fonoaudiologia Estética que é um trabalho também feito pelo fono, usar alguns exercícios faciais como forma de garantir uma expressão mais jovem, mais tonificada. Entrei na Fono por conta disso e fui me descobrindo e me apaixonando, é uma área muito diversa e é a profissão que hoje eu abraço.
GN: Além disso você faz algum outro tipo de trabalho como culinária arte o que mais você faz além de cuidar das vozes das pessoas e da sua própria?
FONO: Além de ser Fono eu profissionalmente dou palestras, por hobby eu cozinho, pedalo e sou escritora.
GN: Suas palestras são dentro do contexto da Fonoaudiologia?
FONO: Sim, geralmente são em escolas, tipo consultoria, tanto para pais, quanto para professores sobre aprendizado, linguagem e voz que são áreas diferentes. Muitas vezes também sou convidada a falar sobre feminismo e minha luta pelo direito e vida das mulheres também.
GN: Na prática em uma escola por exemplo você capacita o o docente e o discente a se tratarem, a dialogar entre si ou seja você ensina os professores a conversarem com os alunos e os alunos com os professores seria mais ou menos isso?
FONO: Não, na verdade com os professores além de ter toda a parte de cuidado vocal já que eles também são profissionais da voz, tem a consultoria para distúrbios de aprendizagem, ajudá-los a entender alguns casos que porventura tenham na escola.
Para os alunos, geralmente são encaminhamentos da escola, é consulta mesmo.
Casos dislexia, questões de leitura e escrita mesmo, quando o aluno tem alguma dificuldade que só os aspectos pedagógicos não estão dando conta, encaminham para a fono investigar e auxiliar.
GN: Há uma lei que obriga determinadas empresas com determinados números de funcionários manter uma Nutricionista na casa ou espaço. Há algum tipo de lei que obrigue-se contratar uma Fono.
FONO: Em ter no espaço da empresa não existe, mas que se faça uma triagem auditiva tanto no exame admissional quanto nos exames periódicos e demissional, sim. Empresas com ruído precisam ter um profissional Fonoaudiólogo periodicamente fazendo a triagem de seus funcionários.
GN: Gostaria que você fizesse para nós do site Galo Negro um breve histórico de seu perfil profissional.
FONO: Izabela Lima, sou de Conceiçao do Coité onde resido no momento , na região trabalho em Valente pelo Lojão das Clínicas, em Coité no Equilíbrio Espaço multiprofissional e em Tácila Lopes – Clínica médica, ficoterapia e estética. Busco, junto às empresas que trabalho, a humanização qualidade e acessibilidade do meu atendimento.
GN: Você atende a domicilio ou as pessoas precisam te procurar nos pontos de trabalhos estabelecidos.
FONO: Atendo a domicílio, caso o paciente esteja impossibilitado de se deslocar até o local onde atendo . Faço Coaching e orientação em empresas, estabelecimentos diversos também.
GN: Eu ganho apenas um salário minímo suponhamos e minha esposa também apenas um, mas eu preciso cuidar da minha voz a minha renda familiar, dois salários mínimos, para quem tem quatro filhos é basicamente baixa, pois pago aluguel é acessível eu procurar seus serviços será que eu teria condições de arcar um tratamento com o Fono mesmo tendo essa baixa renda em família?
FONO: Vamos falar de prioridades, óbvio que vc n irá deixar de comer pra cuidar da voz. Mas se você dispõe de recurso e tem a necessidade, como falei, é possível e não pesa no bolso. Além dessas possibilidades, a rede pública dispõe de atendimento fonoaudiológico em todo o país, é limitado, tem fila mas tem.
Ok. Obrigado por todas as suas respostas. Vamos aqui fazer um bate-bola rapidinho.
GN: Um sonho.
FONO:Uma sociedade mais igualitária onde todas as pessoas tivessem acesso a saúde , educação, segurança. Onde nós mulheres tivéssemos direito às ruas sem que fôssemos agredidadas. Eu sou bem sonhadora nessa parte tanto pela minha profissão, que quer a saúde como direito de todos, e enquanto cidadã busco sempre essa questão de melhorar o local onde vivo.
GN: Cor predileta. - FONO: vermelho
GN: Um medo. - FONO: medo de ter medo. rsrs...
GN: Uma coragem - FONO: Acordar todos os dias é um ato de coragem
GN: Time de Futebol - FONO: São Paulo
GN: Religião - FONO: Não tenho religião específica acredito muito em Deus. Fui criada dentro do catolicismo.
GN: Qual Deus você acredita? - FONO: o único Deus que rege todos nós.
GN: Supersticiosa? - FONO: Sim, bastante.
GN: Acredita em signos? - FONO: Não muito.
GN: Fada madrinha, anjo da guarda. - FONO: Anjo da guarda sim.
GN: Sací Pererê - FONO:Não
GN: Se não fosse Coité , moraria onde ? - FONO: Salvador
GN: por que? - FONO: morei 7 anos lá e foi uma cidade que apesar de muitos percalços, eu me identifiquei bastante e tenho muitos amigos lá.
GN: Filhos? - FONO: não
GN: Sonha em ser mãe? - FONO: Não é bem um sonho, é um desejo. Sou apaixonada por criança, mas acho que se não tiver, tudo bem. Talvez seja o momento, não é minha prioridade agora.
Texto: Ricardo Lima
Fotos: Ricardo Lima e Arquivo pessoal da entrevistada.
CONTATO COM IZABELA BATISTA DE LIMA JESUS
Registro: CRFa 4-12391
75. 9 8119-4223 \ 9 9263-8528
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