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Formatura aconteceu nesta sexta-feira (18-03-16), oito anos após realização do vestibular. |
Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST
Da Página do MST
Depois de cinco anos de trabalhos acadêmicos e pesquisa prática, 45 alunos da
1ª Turma Especial do Curso de Medicina Veterinária para assentados da Reforma
Agrária no Brasil colam grau nesta sexta-feira (18), no município de Pelotas,
na região Sul do Rio Grande do Sul. Ela terá como patrono o deputado Adão
Pretto (in
memoriam).
A Turma Especial de Medicina Veterinária é uma parceria entre o Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Universidade Federal de
Pelotas (Ufpel), onde ocorreram as aulas, através do Programa Nacional de
Educação na Reforma Agrária (Pronera). A segunda turma iniciou com 60 alunos,
em 2013.
A cerimônia de formatura começa às 17h no Theatro Guarany, no Centro de
Pelotas. Depois das 21h será realizada uma festa de confraternização e em
comemoração à conquista do curso, no Clube Centro Português 1º de Dezembro.
Os formandos são agricultores assentados, acampados e filhos de beneficiários
da Reforma Agrária de seis estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná,
Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Ceará.
Para o dirigente nacional do MST, Cedenir de Oliveira, cursos superiores como o
de Medicina Veterinária, conquistados através de luta do Movimento, “são
ferramentas fundamentais para ajudar na implementação da Reforma Agrária
Popular no país, que, além de ser uma estratégica política do movimento, é uma
forma de gerar desenvolvimento com a produção de alimentos saudáveis para a
população brasileira”.
As atividades também integram a 5ª Semana Adão Pretto, que tem como objetivo
comemorar a memória do deputado que ajudou a fundar o MST e completaria 70 anos
em 2015.
Oito
anos depois
O curso começou a ser pensado ainda em 2005 pelo MST, quando foi encaminhado um
projeto para a capacitação de jovens em Medicina Veterinária ao Pronera. No ano
de 2007 ocorreu a assinatura do convênio e foi realizado vestibular para o
ingresso de 60 acadêmicos.
Porém, o Ministério Público de Pelotas entrou com uma ação civil contra a
realização do curso e as aulas iniciaram apenas quatro anos depois, no primeiro
semestre de 2011, após longa disputa judicial que terminou com o parecer
favorável do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao Incra no final de 2010.
As aulas iniciaram em regime de alternância, ou seja, os estudantes passavam de
80 a 120 dias na Universidade e depois mais dois meses nas suas comunidades,
realizando trabalhos acadêmicos e de pesquisa prática.