ESPECIAL: Primeiro poço de PETRÓLEO do BRASIL vive em completo abandono. Porem o petróleo ainda esta por lá.


Sabia que a primeira descoberta oficial de petróleo no Brasil aconteceu há 80 anos? Por volta de 1931, começaram a circular rumores de que a água dos poços artesianos de Lobato, subúrbio de Salvador (BA), tinha odor e sabor esquisitos. Diziam também que os moradores usavam uma lama oleosa para acender os candeeiros. A partir daí, alguns interessados em mineralogia começaram a investigar a região e, em janeiro de 1939, as perfurações confirmaram a presença de petróleo.

NO ÚLTIMO DIA 21 DE JANEIRO DE 2019  O PRIMEIRO POÇO DE PETRÓLEO DO BRASIL,  NO BAIRRO DE LOBATO COMPLETOU 80 ANOS DE EXISTÊNCIA. POREM ESSA É UMA HISTÓRIA ESQUECIDA

O chamado de MARCO ZERO. Onde hoje era pra ser o cartão postal de Salvador, vive  abandonado, matos grandes, esgoto a céu aberto, praça toda danificada, e lixos nas ruas. Falta creche, lazer, e inclusão social para uma comunidade desasistida pelo poder público. 

O petróleo jorrou no sábado, 21 de janeiro de 1939, no início da tarde, a partir de um poço perfurado no bairro do Lobato, em Salvador, após grande insistência e perseverança do engenheiro geógrafo Manoel Ignácio Bastos (1891 -1940) e de seu sócio, o corretor Oscar Salvador Cordeiro (1890 -1970). Muito antes disto, o anúncio da descoberta de petróleo havia sido publicado numa quinta-feira, 2 de março de 1933, e nos dias seguintes, em diversos jornais do país, pelos mesmos personagens.



Durante muito tempo, o mérito pela descoberta foi disputado entre o engenheiro Manoel Inácio Bastos (à esquerda) e o presidente da Bolsa de Mercadorias da Bahia, Oscar Cordeiro (à direita). Hoje, o crédito é dado a ambos.
Primeiras investigações. Em Lobato, com Oscar Cordeiro (agachado, à direita, de chapéu)
e Manoel Inácio (de pé, atrás dele).
Em 1937, o presidente Getúlio Vargas decide instalar uma sonda em Lobato.
Em 21 de janeiro de 1939, as perfurações confirmam a presença de petróleo no Brasil.
No bairro do Lobato. Atual Subúrbio Ferroviário.
Provavelmente ainda deve ter reservas vultosas no Lobato que infelizmente sofre por algum motivo falta de incentivo econômico para exploração!

Mesmo o bairro do Lobato sendo referencia no assunto petróleo. A comunidade local não vive satisfeita com o tratamento que vem recebendo ao longo dos anos pelo poder público, e pela própria empresa PETROBRAS.

Equipes de TV já fizeram varias reportagens denunciando o descaso.
Mas o assunto nunca foi discutido em nível nacional.
TV BAHIA afiliada a REDE GLOBO também entrevistou
moradores e lideranças a respeito do assunto.

Porem muitos resistem atuando no combate a pobreza e lutando pelo social, Como é o caso do líder comunitário Carlos Macedo que apesar de todas as dificuldades que historicamente o bairro do lobato enfrenta, ele vem aguerrido junto aos poderes competentes travando uma luta árdua na promoção do bem comum.
Carlos Macedo é bacharel em Direito e Mobilizador Social no bairro de Lobato e ascendências

"Temos um trabalho de 9 anos tentando trazer a inclusão social para o bairro, já trouxemos ações do Cine Móvel com 100 cartas de empregos, SAC móvel que disponibilizou toda a documentação gratuita para a comunidade, atendimento jurídico, limpeza de nomes no SPC. Conseguimos trocar a iluminação de toda comunidade e vários outros projetos. Já chamamos diversas vezes as reportagens das TVs, Aratú, Rede Bahia, Record e fizemos várias entrevistas que estão publicadas no meu Facebook e Instagran. A luta não para. É que felizmente uma comunidade histórica como esta que completou na ultima segunda-feira dia 21 de Janeiro, 80 anos. Deveria ser um bairro turístico. É uma pena ver um dos cartões postais de Salvador vivendo abandonado, mesmo com  nossos pedidos, nossas lutas, pouca coisa anda. Conseguimos que a prefeitura trocasse os brinquedos que estavam danificados para o lazer das crianças.  Mas isso ainda é pouco pela importância histórica que tem o bairro. Minha missão é trazer a inclusão social para a minha comunidade do Lobato. E sonho um dia o Governo Federal e a Petrobras fazendo desta comunidade um local de visitação internacional." - Desabafou Carlos.

Carlos Macedo em reunião com representantes do poder público.
JORNAL VALOR ECONÔMICO DE SÃO PAULO (GRUPO GLOBO) VISITA O LOBATO.

A equipe do jornal foi recebida por Carlos Macedo. e reconheceram que a area vive abandonado em um descanso total.

Carlos e equipe do JORNAL VALOR ECONÔMICO

Com bastante tristeza Carlos nos cedeu imagens onde mostram o total abandono em torno do primeiro poço de Petróleo do Brasil, no bairro do Lobato.

Apesar da prefeitura ter doado poucas peças de diversão para a garotada. O local ainda vive sob completo abandono. Um abandono que não eleva
o social que mora no entorno do monumento tão vital a nação.

Em 2013 uma descoberta por acaso. 

Foi durante o trabalho em uma obra nos fundos da casa de Tereza Barbosa, 57 anos, no subúrbio ferroviário de Salvador, que o pedreiro Edvaldo Silva, 24 anos, encontrou um poço de petróleo há pouco mais de uma semana. “Os meninos [colegas de obra] estavam tirando pedra e viram o tubo. Eles pensaram que era óleo, eu pensei que era esgoto. Senti o cheiro [de combustível], lembrei que aqui [na região] foi o primeiro lugar que se encontrou petróleo [no país] e coloquei a mão onde estava vazando. Vi que era petróleo e chamei a dona da casa”, descreveu o rapaz

A casa afortunada está localizada na Rua Getúlio Vargas, no Lobato, bairro onde o primeiro vestígio de petróleo do país foi encontrado, no ano de 1939, justamente a alguns metros da casa de Tereza. 

O bairro do Lobato fica no subúrbio ferroviário e é considerado um bairro pobre. Algumas das ruas não têm nem sequer asfalto. A rua em que fica a casa 76 D, inclusive, leva o nome de Getúlio Vargas, presidente que criou a campanha "Petróleo é Nosso" logo após a descoberta da riqueza no Brasil. O bairro é cercado pela Baía de Todos os Santos, uma das maiores do país.

A plataforma usada para a exploração de petróleo da área está desativada desde o fim da década de 1980, segundo informações da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Bem perto da extinta área produtiva, foi feita uma praça com quadra de esportes, tem um pequeno galpão abandonado e um monumento que indica o marco histórico do petróleo no país. Porem hoje encontra-se em total abandono.
Matos e lixo toma conta da praça do Marco Zero do Petróleo no Brasil

Petróleo vaza de poço em terreno de imóvel no
 Lobato, em Salvador (Foto: Lílian Marques/ G1)
Ao se aproximar do tubo de onde vaza o combustível na casa de Tereza, o cheiro forte logo acusa a existência do petróleo. A dona de casa conta que ficou assustada ao ser informada da descoberta do oléo no terreno que comprou nos fundos da sua casa. Ela afirma que não pensou em dinheiro, mas nos riscos ao meio ambiente e à segurança da comunidade humilde em que mora.

 "Tive medo de algum acidente, não sabia o risco que estava correndo. Tinha medo de explodir, de algum desastre ambiental, não pensei no meu bem estar, fiquei preocupada com a minha família, com a comunidade. Hoje, penso nas melhorias que isso pode trazer aqui para a comunidade, o Lobato é um bairro rico, mas não é valorizado", declarou.
Morador mostra mão melada de petróleo (Foto: Lílian Marques/G1 BAhia)
A iniciativa de Tereza ao saber do petróleo foi ligar para a ANP para receber orientações de como proceder. Após os primeiros técnicos da agência visitarem o local, foi solicitado que a família parasse a obra. Engenheiros da ANP estiveram novamente no terreno na quarta-feira (23) e os trabalhos no local continuam suspensos.

O engenheiro de petróleo Martinho Sobral Rocha, especialista em regulação da ANP na Bahia, visitou o terreno e confirmou que a substância é petróleo, porém a única coisa que deve ser feita no local é contenção do vazamento. Por se tratar de um poço de petróleo antigo, que está inativo, a exploração não deve ocorrer, explicou ele.

A região onde fica o primeiro poço de Petróleo do Brasil é rica em belezas naturais.
Carlos Macedo e dezena de outros moradores sonham que um dia a união, estado e município, possam olhar com outros olhos esta situação no Lobato. E criarem uma força tarefa no intuito de solucionar o abandono em que o bairro se encontra. "Houve avanços. Mas ainda é pouco." - Finaliza Macedo.

REPORTAGEM: GN NEWS COMUNICAÇÃO  com informações de Carlos Macedo e G1-BAHIA  |  Fotos: G1 BAHIA / Divulgação

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