Wagner Francesco faz reflexão sobre a esquerda na Bahia


Natural de Conceição do Coité. Wagner Francesco é Bacharel em Teologia e Direito, e postou um texto no seu facebook, onde fez uma reflexão sobre a ida de alguns militantes do PSTU para o PSOL.


LEIA A POSTAGEM NA INTEGRA:


Lembro-me de quando um dia conheci uma turma do PSTU em Salvador e ficaram espantados porque eu era um teólogo marxista. Segundo eles, um teólogo seria necessariamente um alienado - é que a galera da esquerda adora estes rótulos que nem eles sabem de onde surgiram. 
[...]

Não era raro ver a galera do PSTU criticar o PSOL, por exemplo, pois considerava o PSOL "um tipo de PT". O PSTU se considerava o herdeiro do pensamento revolucionário: não haveria revolução sem eles no poder. O tempo passa, o PSTU em Salvador "acaba" e "fundam" o partido MAIS, pois queriam "uma proposta nova". "TODO" mundo do PSTU passou pra o MAIS. Hoje... A galera que era do PSTU, principalmente a Renata Mallet, que era uma das mais radicais do partido, passou pra o MAIS e hoje passou pra o PSOL - o partido que antes era "um tipo de PT". Lembro-me perfeitamente de uma crítica da Mallet ao PSOL:

"O momento exige que a esquerda socialista seja capaz de se apresentar de forma independente e classista, como alternativa para uma mudança real para nossa classe. Nem marchar com a direita, nem dar as mãos ao governo, como faz o PSOL. Precisamos construir um campo de classe independente. O PSTU colocará todos os seus esforços nessa batalha”.

Quando a Mallet chama o PSTU de "esquerda socialista", ela quer chamar o PSOL de "esquerda burguesa". A galera da esquerda adora inventar termos para posar de formadores de opinião... 

Conclusão: o maior desafio dos socialistas não é vencer o Capital, mas é viver a vida de modo coerente com os discursos. Minha experiência como marxista tem me mostrado que se tem uma coisa que socialista não aguenta ver é poder: perdem a cabeça!

Essa galera do PSTU/MAIS/PSOL de Salvador tem(?) muito programa de governo, mas já dizia Marx no livro "Crítica do Programa de Gotha", p. 24 da edição da Boitempo: "Cada passo do movimento real é mais importante do que uma dúzia de programas".

Algum problema em ser do PSOL? Não! Já votei no PSOL - e inclusive votei na Renata para ser governadora da Bahia quando ela era do PSTU. O que me irrita é essa galera achar que pode assim, mudar de partido, na maior cara de pau, e achar que nós que estamos vendo isso somos idiotas.


Texto: Wagner Francesco


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