BRASIL: VEM AI O PARTIDO DOS NEGROS

Celso Athayde | Divulgação
O carioca Celso Athayde, 53 anos, o grande ativista social, criou um grupo de discussão sobre a possibilidade de criação de um partido formado por negros e moradores de favelas. Oito mil pessoas aderiram à ideia. Entre elas, representantes de entidades de peso, como Olodum e Ilê Aiyê, e muitos brancos do asfalto. A iniciativa também ganhou o apoio de artistas como Lázaro Ramos, Sérgio Loroza e MV Bill.

No próximo sábado, serão lançados o programa, o estatuto, o conselho e o regimento interno, além de todas as estratégias da nova legenda. A ideia é recolher 15 milhões de assinaturas, embora a lei eleitoral exija “só” 510 mil.

Athayde explica por que idealizou um partido político:

— Não queremos nem precisamos que ninguém nos represente. Hoje, somos aproximadamente 106 milhões, devemos ser representados por nós mesmos. As favelas querem mostrar que as regras de honestidade que regem seus territórios podem servir de inspiração e exemplo para a política. Da mesma forma que não tem sentido um pai de santo representar uma bancada de evangélicos, é pertinente que os pretos e favelados protagonizem sua nova história.

Mas, desde já, ele explica que não integrará os quadros do partido, que se chamará Frente Favela Brasil:

— Eu não vou me filiar por uma questão institucional. O tipo de trabalho que faço não me permite tomar parte de partidos políticos. Mas a democracia me permite colaborar com algo que seja diferente de tudo que está aí. Na Frente Favela Brasil, 40% das vagas serão para jovens entre 18 e 30 anos e 50% para mulheres. Todos os eleitos devolverão para a sociedade 50% dos vencimentos.


 ANA CLÁUDIA GUIMARÃES | O GLOBO

COMENTÁRIO DO SITE GALO NEGRO:

Mais do que na hora da população que habita as favelas brasileiras cerca de 15 milhões de pessoas serem representadas de fato, serem protagonistas da sua própria história!

É maravilhoso saber que ao mesmo tempo que o partido divide opiniões, marca o início da resistência de quem já está marcado por um histórico de lutas diárias, mas dessa vez os negros serão protagonistas dessa história ativamente e politicamente falando. Maravilha isso!

Ricardo Lima | Presidente PTN/COITÉ
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