Passando o maior Carnaval fora de época do
Brasil, (A Micareta de Feira) o
Brasil se preparam agora para a maior festa popular do País – O CICLO JUNINO – que engloba quatro
festas; São José, São Antonio, São João
e São Pedro. São Santos da igreja Católica reverenciados no mês de Junho,
com muita fogueira, bebidas e comidas típicas e muito forró. E aqui estou NORDESTEANDO para convidar você leitor
amigo para esta festa puramente Nordestina,
e nós que fazemos pare de um dos nove estados desta região sofrida pela falta
de tudo e esquecida pelos políticos, fazemos a nossa festa particular.
Antigamente, pra se
comemorar este CICLO JUNINO, não era
necessário muito dinheiro, apenas uma fogueirinha, algumas espigas de milho, feijão-de-corda
verde, amendoins, castanhas, pamonha, canjica e se quisesse quentão e/ou
licores de frutas, para quem gastava de bebidas alcoólicas. Sem esquecer-se de
levantar logo um arraiá coberto de
palhas de coqueiro ou até mesmo de lona plástica e todo enfeitado de
bandeirolas coloridas e balões.
As pessoas que tinham mais
condições financeiras contratavam um trio de Forró (autêntico), aquele formado por
Sanfona, triângulo e zabumba, e quem não podia, comprava um LP (Bolachão) de Gonzagão, Trio Nordestino,
Jackson do Pandeiro, Marinês e sua gente, Genival Lacerda, Dominguinhos e
Anastácia, ou dos novatos; Assisão, Jorge de Altinho, Nando Cordel, Elba
Ramalho, Os 3 do Nordeste, Trio Sabiá ou até mesmo do menino bom de fole:
Osvaldinho e pronto, estava garantido a festança.
Não se tinha tanta
violência, só algumas briguinhas à toa, depois da meia-noite de alguns bêbados
querendo cortar o cavaleiro na dança no arraiá (esse cortar é quando um
cavalheiro queria dançar com a dama do outro sem permissão) e dava uma confusão
danada, mas a turma do deixa-disso acabava com a contenda.
Hoje está muito diferente; o
CICLO JUNINO se profissionalizou,
entrou na era digital e na terceirização, aquela ingenuidade das letras, a
beleza plástica e o romantismo das músicas para muitos já passaram. Mas não se
iluda; o chamado forró pé-de-serra, o forró raiz, jamais irá sair da moda, por
ele é a essência que nutre e sustenta toda essa falsa modernidade. Sem ele, não
haveria nada disso.
As festas juninas já não são feitas mais para o povo simples da roça e
seus admiradores, e sim; para um determinado público seleto, bancada por grandes
empresas e empresários do ramo musical, que visam apenas o lucro deixando de
lado a qualidade musical, e muitos deles não contratam nem os artistas que
trabalham o ritmo do mais puro forró. Contratam-se em percentuais, de 30 a 40%
das contratações do autêntico forró, as demais são para artistas de outros
estilos, dos mais variados possíveis.
Só tenho um receio,de que daqui há 10 ou 20
anos não se escute mais um forró pé-de-serra inédito, apenas em playback..
Até a próxima, vou continuar
NORDESENADO por aí.
AMello.