Por Lúcia Rodrigues
Caros Amigos
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Ex-presidente se reuniu com sindicalistas em ato que lotou a Casa de Portugal |
Falando para uma plateia de sindicalistas de várias centrais sindicais, entre elas a CUT, CTB, Intersindical e Força, que lotou a Casa de Portugal, no centro de São Paulo, nesta quarta (23), em defesa da democracia e por direitos sociais, o ex-presidente Lula mesclou seu discurso com momentos de descontração, que ele classifica como Lulinha Paz e Amor, com posicionamentos contundentes.
“Quando eu ganhei (a Presidência) me deu um calafrio. A direita tirava sarro, dizia que a dona Marisa não ia conseguir limpar os vidros do Palácio. Mas nem se eu e ela passássemos os quatro anos (limpando), conseguiríamos limpar (tudo). Por isso, resolvemos não fazer a tanta sujeira como eles”, brinca arrancando gargalhadas do público. E ressalta: “Não é fácil os conservadores aceitarem um operário, uma mulher (na Presidência).
Lula rechaçou mais uma vez as acusações de que é o dono do Triplex no Guarujá. “Eles tem de aprender que mentira tem a perna curta, e que nós ganhamos a eleição pelo voto popular. Se quiserem ganhar, que esperem 2018. Eu esperei pacientemente até ganhar (a eleição). Estou enojado com determinados setores da comunicação. Mas eu não farei o jogo rasteiro que eles fazem comigo. O tempo dirá quem estava certo. Eu tenho paciência.”
Não ao golpe
O ex-presidente foi direto no recado aos setores que insuflam os ânimos para derrubar a presidente. “Não tentem dar o golpe na Dilma, porque nós não vamos aceitar.” Por mais de uma vez, Lula enfatizou que não há motivos para o impeachment da presidente. “Não existe nenhuma razão para o impeachment. Tentar tirar a Dilma é golpe.”
Mas ele também sinalizou para o governo, seu descontentamento com a política econômica. “Não podemos continuar com uma política econômica que não gere crescimento econômico e empregos.” E ressalta que só aceitou o cargo de ministro para ajudar Dilma a superar a crise. “Ela tinha me convidado em agosto, mas eu não aceitei. Mas com a crise política e a crise (econômica) mundial não se resolvendo, e os adversários apertando a Dilma, eu aceitei porque tenho plena consciência de que eu posso ajudar.”
Ele pediu um prazo de seis meses para que o país volte a recuperar a esperança e disse, sem citar nomes, que tem gente na imprensa que trabalha para fazer no Brasil, o que a direita fez na Venezuela. “Segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional) 2,5% da queda do PIB (Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas), se deve ao pânico (difundido entre as pessoas pela mídia)” , frisa.
Lula promete trabalhar, dentro ou fora do governo, para que o Brasil retome o crescimento. ”Vou viajar esse país para conversar com o povo. E se enganam aqueles que acham que eu só posso ajudar a Dilma, se eu for ministro. A impressão que eu tive na avenida Paulista (na manifestação da última sexta) foi que vocês já me deram a posse. E foi a posse de um ministro que teve mais gente”, alfineta.