Entrevista com José Ronaldo, candidato ao governo baiano. - A TARDE


Zé Ronaldo já foi vereador, deputado estadual três vezes, deputado federal, prefeito de Feira por quatro mandatos, e desconhece a sensação de pertencer a outro partido que não seja o Democratas, o qual permanece filiado há mais de 40 anos. Candidato ao governo do estado pela primeira vez, ele comentou a participação do seu correligionário o prefeito de Salvador ACM Neto em sua campanha, e afirmou que gostaria que não tivesse acontecido o fato que culminou no processo que responde na Justiça, o qual é acusado de crime de responsabilidade.
Suas principais decisões ao longo da vida pública foram comentadas e explicadas detalhadamente nesta entrevista exclusiva. Zé Ronaldo respondeu as críticas quanto a escolha do nome da médica Mônica Bahia como candidata a vice-governadora em sua chapa, e comentou o processo de coligação finalizado aos 45s do segundo tempo para as eleições deste ano. O candidato criticou massivamente a gestão do atual governador Rui Costa (PT), considera não ter deixado nenhuma obra parada em Feira de Santana, e declarou seu amor pela cidade apelidada por Rui Barbosa de “Princesa do Sertão”. Zé Ronaldo diz ainda está muito confiante e repleto de esperanças para vencer a disputa e chegar ao Palácio de Ondina.
Fazer coligações é importante para a disputa de um pleito eleitoral?

Sim, pois ajuda, afinal, são partidos políticos que têm história na política do Brasil e da Bahia, com militância entre candidatos a deputados estaduais e federais, e é muito importante, tem o horário eleitoral, televisão e rádio e esses apoios são fundamentais.

Ser candidato ao governo era um desejo pessoal?

Se me perguntar se ao longo da minha vida eu desejaria ser candidato a governador, digo que sim, desejaria, havia uma ideia de ser candidato ao Senado, mas com a desistência de ACM Neto, assumi a candidatura, esse é um assunto totalmente passado, e estamos fazendo uma campanha com muita vontade, determinação, segurança e muita esperança de vitória.

A escolha do nome do Sr. para a disputa ao governo veio após a postergada decisão do prefeito de Salvador ACM Neto em não concorrer ao posto. Sentiu-se em algum momento em stand bye, segundo plano? Como foi vivenciar a incerteza da candidatura que dependia de uma outra pessoa?

Essa questão de depender de outra pessoa nunca me incomodou, mesmo porque eu pleiteava ser Senador, mas na hora de tomar a decisão eu tomei com tranquilidade e firmeza, apesar de uma mudança muito grande, mas foi uma decisão forte, repleta de firmeza e segurança.

Uma ação corrente na Justiça desde 2013 o acusa de crime de responsabilidade no caso do motorista Constantino Portugal por indícios de crime contra o sistema previdenciário. Como está o processo e nos explique o que ocorreu...
Olhe, veja bem, eu tenho 42 anos como servidor público e homem público, e ter um pedido de abertura de processo em uma linha dessa, eu me sinto extremamente fortalecido, pois ao longo de minha vida eu quis sempre combater a corrupção, e faço isso com muita determinação. Ter um caso desse, eu gostaria que também não tivesse, mas esta pessoa na época assinou um documento na prefeitura dizendo que não tinha nenhuma vinculação outra com a previdência ou órgão público, esse documento já foi apresentado pela defesa, e eu acredito no julgamento dessa causa favorável. Claro que Justiça é Justiça, é quem decide, mas eu acredito na absolvição.

Vereadores inclusive da bancada governista de Feira, criticaram sua postura por não participá-los do seu processo de renúncia e posteriormente candidatura ao Governo. E reclamam que Colbert Martins não fez mudanças na equipe, e, que, mudou o prefeito mas o governo continua o mesmo. Como encarou essas críticas?

Essas pessoas, vereadores governistas conversaram conosco sim, dialogavam, sabiam da ideia de candidatura ao senado e todos aprovavam, quanto a questão da candidatura ao governo como todo mundo sabe foi “Vapt - Vupt”.

Colbert disputou a prefeitura de Feira diversas vezes contra o Sr. e hoje é prefeito de Feira devido a sua renúncia, qual é a relação de vocês e qual é a sua participação na liderança dele, se há?

Colbet foi eleito junto comigo na chapa como vice-prefeito, ele sempre disse que seria um governo de continuidade, mas essa foi uma decisão dele, não é minha, pois o prefeito agora é ele. Se ele acha que deve mudar, ou não, se não está satisfeito com alguém da equipe tem todo o poder de agir, não terá interferência minha. Temos uma relação muito boa, ele tem tido um comportamento muito ético, e isso pra mim é tudo, continuando com esse comportamento ético comigo está tudo bem, acredito que esse relacionamento só tende a ser ampliado.

Articuladores políticos observaram mudanças na forma de fazer política, uma vez que o Sr. sempre fora considerado um político de postura amena, discreta e de pouco ataque. O prefeito de Salvador ACM Neto de alguma forma o inspira ou o instrui ao ataque? O que tem aprendido com ele?

Eu continuo sendo o mesmo político, não mudei o meu temperamento, não mudei as minhas ideias, nem a minha postura, continuo sendo o mesmo homem, mas agora eu sou um candidato a governador, eu tenho adversários, e dentre eles tem o governador. Se eu tivesse mudado, seria se estivesse atacando o cidadão, a pessoa, ao homem eu nunca me referi, mas como governador Rui Costa (PT) tem a obrigação de respeitar a opinião do contraditório, e eu sou o contraditório nesse momento, há algum tempo eu venho sendo esse contraditório, não é de agora. Eu acho que o governo fez propaganda demais que não correspondem com a verdade, que assumiu compromissos que não cumpriu, fez promessas em muitos lugares que não cumpriu e eu estou mostrando isso à Bahia, sem agressões de ordem pessoal.
Qual a avaliação do seu partido no cenário Nacional e Estadual? Haja vista os delatores de processos como a Lava-Jato e que envolvem a Odebrecth? José Carlos Aleluia (Caixa 2), Onyx Lorenozoni, Rodrigo Garcia e Rodrigo Maia, e o próprio ACM Neto?

A questão de ACM Neto já foi arquivada, houve uma delação premiada feita por um cidadão, e foi arquivada, ele não tem mais nada a ver com isto, quanto a Rodrigo Maia, um homem da importância dele, foi citado por um delator sobre uma coisa que aconteceu lá no passado, e que ele já disse que não corresponde à verdade, todas essas questões estão sendo analisadas pela Justiça. Entretanto, o meu partido ao longo dos anos foi o mais rigoroso na análise de denúncias contra pessoas filiadas. O DEM tem a postura de quando os fatos são comprovados afastar a pessoa.

O Sr. disse na convenção do DEM que nunca havia perdido uma disputa, qual seu percentual de confiança para esta

Perdi uma única disputa para o Senado, mas foi uma derrota que na verdade foi uma vitória, haja vista uma campanha dificílima, complicadíssima, e eu me sai, modéstia a parte, muito bem daquela eleição. Posso dizer que estou muito confiante em um resultado positivo nesta eleição, vamos ver o que acontece dia 7 de outubro, mas pelo que estou vendo nas ruas há um sentimento de mudança, estamos passando por lugares onde outros candidatos estiveram e estamos avaliando a reação das pessoas, sinto realmente que na proporção que está chegando as campanhas e as pessoas estão tomando conhecimento de que existe um outro candidato, eu sinto que está havendo algo muito bom e positivo vindo das ruas.

O Sr. obteve índices recordes de aprovação nos mandatos em Feira, entretanto, quando se fala em Segurança Pública, Feira sempre aparece como uma das cidades mais perigosas do Brasil, quiçá, do mundo. Quais foram as dificuldades de articulações com o governo petista que mais prejudicaram estes e outros indicadores durante suas gestões?

Essa é uma questão da Bahia inteira, que tem quatro dos cinco municípios mais violentes deste País. Essa questão da segurança pública não tem nenhuma vinculação administrativa, nem institucional entre o poder estadual e municipal, é uma atribuição total do governo estadual e federal. O que a gente faz é denunciar isto, porque é incrível como o governo não toma atitudes a este respeito, e ainda fica querendo maquiar, dizendo que acontece no Brasil todo, não é verdade, pois a Bahia é campeã nesse ponto tão negativo infelizmente. Se compararmos a Bahia com cerca de 15 milhões de habitantes e São Paulo com mais de 40 milhões, em número de mortes, tivemos 7.161 pessoas assassinadas no ano passado, e São Paulo 3. 500, então, seguramente há algo muito errado na condução da segurança pública no Estado. Pode ter certeza que vou me cercar de pessoas competentes para resolver este problema. Em Feira de Santana não depende do poder público municipal, eu liguei para vários prefeitos de outros municípios e este é o maior problema em comum, inclusive aos municípios com pouco mais de 15 mil habitantes.
Quando deixou a prefeitura de Feira, o Sr. indicou o médico Tarcísio Pimenta, que recebeu a cidade “princesa” e o devolveu “plebeia”, sendo rejeitado por quase 80% da população, e, no período, Feira teve parte dos bons indicadores bastante prejudicado. Se arrependeu desta indicação? E como fez para reverter os problemas encontrados?

Isto é algo que respondo com muita tranquilidade, primeiro, eu sou um cidadão que escuto muito para tomar essas atitudes, me recordo que tinham cinco pessoas que desejam me suceder em 2008, e eu fiz várias reuniões com eles, e eu disse a todos que o candidato seria naquele momento o que tivesse pontuando melhor na pesquisa política, e naquele momento ele era o que tinha melhor pontuação, então foi algo natural, e todo mundo apoiou. Mas, evidentemente que houve uma administração diferente, que o povo não aprovou, mas é algo do passado.

Qual é a sua relação com o PSDB e com os partidos do chamado “centrão”?

O PSDB sempre foi um partido que me apoiou, mesmo quando havia divergências fortes com o meu partido, e sempre tive boas relações com eles no Estado.

O que responde àqueles que dizem que o candidato é o Sr. mas o comando será dividido com ACM Neto, sendo ele o maior pano de fundo da campanha?

Isso é normal no mundo da política, essas coisas acontecem com muita naturalidade, quando o Rui foi candidato diziam a mesma coisa com relação a Jaques Wagner, então, é aquela coisa... essas coisas são normais no mundo da política, uns dizem porque as vezes até quer que aconteça, outros por quererem ver o circo pegar fogo, fazer com que eu e ele briguemos, cada um tem os seus objetivos, o que não pode é eu perder a minha postura e a minha linha de sempre, com ações retilíneas no mundo da política.

Se eleito, como pretende consolidar uma base na Assembleia para aprovar as propostas do governo?

Com total tranquilidade, sem a menor dúvida. Primeiro eu acredito em um bom número de deputados que serão eleitos dentro das nossas coligações, e se não elegermos a maioria, eu vou buscar essa maioria.
O Sr. afirmou que a sua candidata a vice Mônica Bahia “pode até não ter votos”, mas ... A escolha dela foi bastante criticada, inclusive, por correligionários, quando o nome dela foi colocado aos 45' do segundo tempo, qual foi a dificuldade na escolha de um nome para vice, e a estratégia, dada a dificuldade da eleição, foi muito arriscada?

Olha, o bom é que está todo mundo em paz, que a chapa está todo mundo extremamente amiga um do outro. Dificuldades no processo de formação de chapas sempre existiu. Imagine numa chapa dessa, essas dificuldades são normais, veja que, que não gosto de falar dos adversários, mas nós temos uma mulher na chapa, os adversários excluíram.

O Sr. disse que “ela pode até não ter votos”, e sem a maioria dos votos obviamente não se ganha eleição, essa não foi uma decisão arriscada, dada, inclusive, a falta de experiência política dela?

Não, vou responder de forma prática sobre isso: a sociedade exige renovação na política, a sociedade diz que os políticos são sempre os mesmos, e quando a gente sai com uma novidade, aparece gente querendo falar... ninguém vai agradar todo mundo, ninguém consegue, mas eu acho que ficamos com uma chapa muito boa. Temos a experiência e respeitabilidade de Jutahy Jr. (PSDB) como candidato ao senado, o que contrasta com a força política, apesar da pouca vida de homem público do Lázaro (PSC), acho ficou uma dupla perfeita para que o povo julgue. Junto com a minha experiência, e presença de uma mulher. Ela tem viajado, feito discursos, e estou vendo que ela é uma moça assim muito inteligente, pega as coisas com uma facilidade extraordinária, parecem discursos de quem não é verde. É bom que juntamos a experiência com o novo.

Já tem ideia do perfil de um futuro secretariado? As pastas atuais serão todas mantidas ou o Sr. Pensa em fazer algum ajuste?

Faremos ajustes sim, sobre secretariado, apenas no momento e hora certa, mas quanto a estrutura do Estado é 100% certeza que diminuirei.

Quais as ideias do seu programa de governo para lidar com questões relativas a infância, juventude, pessoas com deficiência e idosos?

Analisem quanto é o orçamento do governo do Estado na secretaria de desenvolvimento social, o quanto ele gastou, e analisem o orçamento da prefeitura de Feira de Santana nesta área e vejam o quanto a gente gasta. Eu tenho e sempre tive ações práticas e objetivas de investimentos nestas áreas, ampliei muito todas as ações enquanto prefeito, são áreas que gosto de investir e me realizo em fazer isto, especialmente quando voltado aos idosos.

Qual o posicionamento do senhor em relação à descriminalização do aborto?

Sou contra o aborto, respeitando o que diz a lei brasileira para alguns casos.

E da redução da maioridade penal?

Favorável a como está hoje, totalmente contra a redução.

É a favor da liberação do porte de armas?

Contra.

O senhor apoia o sistema de cotas na educação e funcionalismo?

Completamente.

A Bahia é o Estado onde morrem mais pessoas LGBTS no Brasil por conta da violência e homofobia. Tem alguma política relativa ao combate à homofobia? Como este assunto será tratado no seu Governo?

Com todo o respeito, sempre tive um relacionamento sincero e respeitoso, e como governador podem ter certeza que serei extremamente próximo dessas questões. Criei em Feira setores para dar apoio nestas questões, todos os movimentos sociais LGBTQ+ sempre tiveram e terão o meu apoio. Tudo na Bahia está com os números negativos, teremos que lutar bravamente para reverter, pois o cidadão tem o direito de ser o que quer.

É a favor da descriminalização da maconha, para uso medicinal e recreativo ou contrário? E como resolver o problema das drogas (Uso/Tráfico) no Estado?

Contra a liberação totalmente.

Em caso de vitória, qual o seu plano em relação a projetos do governo atual na capital, como VLT e corredores viários ligando orla e miolo da cidade, expansão do metrô e nova rodoviária em Águas Claras, além do Porto de Ilhéus e a ponte Salvador-Itaparica?

Sou favorável a todos os grandes projetos que sejam importantes para a sociedade, mas quanto a questão da ponte Itaparica- Salvador, são outros 500, eu sou até favorável, contanto que seja com recursos de Parcerias Público Privadas (PPP), com recursos públicos eu não sou favorável.

Em relação ao Centro de Convenções, hoje foco de disputa entre prefeitura e Estado, qual o plano para preencher essa lacuna, deixar o equipamento ser construído e permanecer sob gestão da prefeitura?

Apoio o projeto da prefeitura, e não sou favorável ao projeto do governo do Estado, pois é uma fantasia, o governo abandonou o nosso centro de convenções que era uma grande obra, um projeto lindo, que preenchia todos os requisitos de um grande centro, e foi abandonado de uma forma estranha, pouco tempo antes se gastou R$ 30 milhões na reforma do centro, que desabou, e está abandonado com ações na Justiça de funcionários da antiga Bahiatursa, aquele centro está penhorado, recebi vários ex-funcionários que me disseram que entraram na Justiça e ganharam, está penhorado, e a qualquer momento vai para leilão para pagar o débito desses funcionários públicos. O Estado abandona, e depois que a prefeitura anuncia que fará um centro de convenções, o Estado vem dizer que vai fazer outro ... como governador eu não construirei esse centro, pois o projeto da prefeitura atende as necessidades. Caso daqui um tempo, através de debates e conversas se perceba a necessidade de outro, pode ser debatido, a prefeitura ampliar o seu, o Estado vem e participa como parceiro desse projeto, analisando, discutindo, e não por capricho ou birra por que o governador não gosta do prefeito de Salvador, não concordo com isso.

Como feirense, caso chegue ao Palácio de Ondina pretende dar algum tratamento especial à Micareta da cidade?

Esse tipo de festa, assim como o carnaval de Salvador, tiveram mudanças forçadas por vários fatores. Ambos existiam com a participação da iniciativa privada, dos blocos que traziam bandas de sucesso como o Chiclete com Banana, cantores como Luís Caldas, Daniela Mercury... eu acho que com o passar dos anos não houve muita renovação nos estilos musicais e nas músicas, são sempre as mesmas, ou seja, não aconteceram novos sucessos musicais, apenas algumas músicas caíram no gosto do povo, os blocos foram diminuindo, tanto em Salvador como em Feira. Esses blocos davam o colorido, mas por outro lado com essa crise em parte econômica, o desemprego, as pessoas ficaram sem condições de comprar os abadás, pela falta de renovação das músicas, e instrumentos que se faz uma micareta e um carnaval. Mas Feira é tão forte que tem 80 anos e continua viva, persistindo com o uma festa grande e importante para a cidade. Eu não nego, muito pelo contrário, assumo, afirmo e reafirmo, que sou apaixonado por Feira de Santana, eu amo Feira, eu jamais eu vou me omitir de dar uma informação dessa, o meu amor por Feira vai até o último dia da minha vida, e no dia que eu morrer eu tenho que ser enterrado em Feira, tenho muito orgulho dos meus filhos e dois netos terem nascido lá, e como governador da Bahia eu tratarei Feira de Santana como o mesmo carinho que tratarei à Bahia, podem ter certeza disto, meu amor é eterno... Quando falo em Feira me emociono, choro, é algo dentro de mim, fico todo arrepiado, é algo diferente.
Como avalia hoje a atuação do Estado na área do Turismo e o que pretende fazer nesse importante setor para a Bahia? 

Acabaram com o turismo na Bahia, pegaram a Bahia Tursa, que já vi tantas coisas lindas, olhe, não é crítica política ou de candidato, digo isto com tristeza... a Bahia Tursa virou uma mera contratante de bandas para Carnaval, São João e São Pedro e ainda dizem que paga com atrasos e dificuldades, eu vou recriá-la. Uma cidade como Salvador, tão linda, estou conhecendo bem agora com o prefeito, uma cidade impressionante, com uma cultura muito diferente, extraordinária, essa mistura de Salvador emociona a gente. A Bahia é diferente, honestamente, cidades como Porto Seguro, Ilhéus, com potenciais enormes, e infelizmente lugares que precisam ser dimensionadas. A região da Chapada Diamantina, sou apaixonado por aquela região, mas investimento que é bom, nada. Recebi informações da região de Comandatuba que me deixaram entristecido, cidades como Una tinham vários comércios, e fecharam mais de 60%. O turismo precisa voltar a ser o que era, e gerar renda e emprego. Nestes doze anos, não é porque sou adversário político não, mas foi realmente horrível para este setor.

Em caso de haver segundo turno, quais seriam as alianças possíveis? Admite receber apoio de correntes mais à direita, como à do militar Jair Bolsonaro?

Nós temos seis candidatos a governador, e vários a Presidência, muitas pessoas me dizem que votarão em mim e num candidato de outro partido, o voto é livre, soberano, vivemos na democracia, eu sou apaixonado pela democracia, portanto, o cidadão tem o direito de escolher ... no segundo turno poderei receber o apoio do eleitor do Bolsonaro sim, como receberei de outros candidatos...

Mas dele especificamente e do grupo dele?

Acho que essa questão política, quando num segundo turno... estou notando que o eleitor está muito independente. Essa questão das citações de Bolsonaro, é o povo revoltado, esses 24% que defendem Bolsonaro são pessoas revoltadas, pessoas ante - PT, que entendem que o governo do PT prejudicou o País, e ficaram revoltadas com denúncias da Lava-Jato, que eu aprovo totalmente.

O Sr. deixou a prefeitura de Feira com uma série de obras paradas, inclusive o BRT, o que tem deixado a população feirense descontente. Acredita que esse descontentamento pode refletir nas urnas de Feira em outubro?

Não deixei nenhuma obra parada não, a obra do BRT está andando, o que aconteceu foi o seguinte, tinha que fazer os corredores, e isso aí está bem adiantado, e como foram feitos dois túneis para melhorar a mobilidade urbana da cidade, por segurança, foi preciso fazer uma grande drenagem para com a chuva não alagar estes túneis, e enquanto a obra está sendo feita as drenagens são realizadas por meio de bombeamento, uma obra linda, maravilhosa, que está em fase de conclusão. As estações para os passageiros na integração do BRT foi feita a parte principal, todas estão prontas, e está sendo feita uma licitação para fazer o CCO (Centro de Controle de Operações), a parte de logística, essa licitação teve alguns problemas legais, mas está em fase de conclusão. Outra questão que houve foi que as estações de transbordo que são três, uma está concluída, a outra tivemos problemas no terreno onde seria construída, passava por ele um canal que não foi possível desviar tecnicamente falando, tivemos de buscar outro terreno, conseguimos, mas tivemos problemas jurídicos para resolver. Foi legalizado e antes de sair da prefeitura eu dei a ordem de serviço, a obra foi iniciada, mas choveu muito em Feira de abril a julho, e não foi possível fazer a obra, mas já está sendo feita. E a terceira estação não houve entendimento entre a prefeitura e os donos do terreno, isto parou na Justiça, houve decisão judicial favorável, mas quando chegamos para iniciar a obra, houve um recurso dos donos do terreno e a Justiça reformou a decisão, ficou comprovado que havia dois donos do terreno e teve de ser feita uma nova avaliação e isso está na Justiça esperando homologação. As obras do CCO foram iniciadas, para monitorar os horários, essa é a última etapa que está em licitação.

Eleito governador do Estado, viabilizará a construção do hospital regional e do Centro de Convenções em Feira, que foram prometidos por Rui Costa?

O governador fez muitas promessas na área de saúde, prometeu um hospital no extremo Sul que não fez, outro no Oeste e não fez, em Feira também não fez, nem em Alagoinhas, muito menos o da região Sisaleira, Nós construiremos o hospital do Oeste, e o de Feira, pois conheço a realidade e sei da necessidade, construiremos em todas essas regiões. O Governo da Bahia gasta saúde somente 12%, o mínimo constitucional. Nós vamos investir mais em saúde com toda certeza.

Quais são as principais pautas de campanha?

Olha as nossas propostas são várias e estão aplicadas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

É importante que explique a aplicabilidade delas aos eleitores, como efetivamente poderão ser realizadas... Este é o momento.

Posso passar isso depois para que seja feito um bom uso delas...

Quais as qualidades o próximo governador da Bahia deve ter?

A principal qualidade é tratar o dinheiro público com honestidade, sinceridade e respeito. Ser sincero, aberto, transparente com a sociedade, acho que um governador que não fizer isto não terá sucesso mais nunca, a vida moderna exige dos governantes ser transparente na condução da causa pública.
Na sua avaliação, quais os principais problemas enfrentados pelo estado e como solucioná-los?

Vamos ampliar os recursos na saúde, vou sair de 12% para 14, 15, 16% ano a ano, passa fazermos uma saúde melhor. E a fila da morte vai acabar.

A agricultura familiar é um dos principais meios de movimentar a economia de milhares de baianos. Quais as propostas para fortalecer a categoria?

Agricultura familiar hoje é uma fantasia, eu rodo a Bahia toda e não vejo ações na agricultura familiar, com certeza absoluta vamos atuar, acho que o pequeno agricultor precisa de muito apoio.

Qual a sua opinião em relação as novas determinações do TSE, como proibição de doação por empresa, por exemplo? Acha que a ação diminuirá a corrupção?

Acredito que sim. Tem nada que empresa ficar ajudando não.

Qual a sua opinião quanto ao foro privilegiado?

Acho que ninguém deve ter, somos iguais.

Qual a sua avaliação do governo Temer e sobre a prisão do ex-presidente Lula?

Um governo fraco, sem respaldo popular, sobre a prisão do Lula cabe apenas a justiça decidir.


Reprodução: JORNAL A TARDE  |  Foto: Divulgação | Marcone Móveis - PUBLICIDADE

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