TRISTE REALIDADE - O DIREITO DE IR, E VIR EM COITÉ. QUASE INTERROMPIDO.

As cidades deveriam ser planejadas para o cidadão, os quais primordialmente transitam. Portanto a qualidade das calçadas é uma questão de extrema importância, não só para que as pessoas com deficiência consigam utilizá-las, mas, na verdade, para toda a população, sejam crianças, jovens, adultos, idosos. Quando as calçadas não estão adequadas, todos sofrem, principalmente idosos e pessoas com mobilidade reduzida.

Construções diversas formam bancos de areia nas calçadas e vias públicas de Coité.

Como a maioria das cidades brasileiras, Conceição do Coité possui calçadas mal projetadas e não conservadas, o problema mais comum entre elas são os buracos, situação que incomoda e muito a vida dos transeuntes. 

Como se não bastasse as péssimas condições das calçadas em Coité.
Comerciantes ajudam a dificultar o direito de ir e vir das pessoas.
Principalmente idosos, gestantes e portadores de necessidades especiais.

Mais, como se não bastasse os desníveis, outra situação também complica a vida dos pedestres e pessoas com deficiências que precisam transitar no dia-a-dia na cidade, são o uso das calçadas como depósitos de materiais para construção, uma realidade vista em boa parte da cidade. 

Para que haja acesso a garagens particulares
Os cadeirantes e cegos esbarram em desníveis em centenas de calçadas
no centro e bairros de Coité.

Essas imprudências complicam de fato a vida dos moradores, mas com certeza quem mais sofre são os portadores de necessidades especiais que precisam desviar seu percurso porque no caminho havia “uma pedra”. 

Puxadinhos de construções, muitas dela sem o devido Alvará, inviabilizam
a passagem confortável de pedestres nas calçadas.

Há também outro grave problema, as calçadas que são construídas ou reformadas pelos moradores em frente as suas residências e comércios sem consultar a secretaria municipal de infraestrutura responsável pela fiscalização desses serviços, as pessoas simplesmente não usam o bom senso, fazem as obras ou reparos pensando em beneficiar a se próprio. 

Gildo Carneiro sonha com uma cidade que pense em acessibilidade aos cadeirantes. Foto: Divulgação

Nossa equipe conversou com o senhor Gildo Carneiro, morador de Conceição do Coité, ele é portador de uma lesão medular adquirida após um acidente de carro há oito anos, ele relatou que antes do acidente não se importava, não via problema das calçadas serem não adequadas para o deficiente físico, mas hoje devido as suas condições ele ver o quanto é importante e diz que é essencial não apenas para quem é deficiente, mas também para idosos que tem mobilidade reduzida. 

Mesmo com dificuldades de locomoção, Gildo mostra que é possível uma superação e usa-la em prol de muitos. Ele faz parte de uma Brigada de Socorristas Voluntários. Uma especie de SAMU de Conceição do Coité. - Foto: Raimundo Mascarenhas

Segundo Gildo, o maior problema que ele ver nas calçadas é o desnível entre uma calçada e outra, os obstáculos que as pessoas criam como degraus, rampas muito altas, ele falou inclusive das placas de transito que estão sendo colocadas, segundo ele não há espaço para um cadeirante passar tendo também os camelôs que ocupam as calçadas.

Neste caso. Nem mesmo pessoas normais podem trafegar por esta calçada.

O entrevistado diz ainda que nunca procurou o poder público para fazer reclamação sobre as calçadas, por entender que trata-se de uma conscientização por parte do dono das casas, porém diz que se sente lesado por não poder ir e vir nas, na maioria das vezes que vai ao centro da cidade, mau desce do carro. “eu me sinto lesado, porque a gente paga os impostos, todo mundo tem o mesmo direito de ir e vir, e esse direito é tirado da gente, não vamos dizer assim a força, porque é uma coisa tão fácil de se resolver, e as pessoas não promovem a acessibilidade” . 

Gildo Carneiro terminou dizendo que falta fiscalização por parte do poder público e conscientização por parte do dono da casa.

Por: Michele Oliveira - Fotos: Leandro Salles

Em resposta ao contato feito com a Secretária de Relações Institucionais de Coité, para publicarmos a posição do poder público em relação a esta matéria, recebemos como resposta "Que não havia interesse em publicar..." - Conforme anexo abaixo: