POESIA PARA UMA MULHER ASSASSINADA NA BAHIA


Estudante, bailarina, poetisa e desenhista! Leillane Costa é uma jovem talentosa que costuma se interessar por tudo que lhe traga conhecimento e amadurecimento. Principalmente no mundo das artes. 
Leillane Costa participa do grupo VOZES COITEENSES. Foto: Ricardo Lima

Ela estuda na Uneb Campus XIV em Conceição do Coité, na Bahia e sente-se feliz porque faz o que gosta. porem esta alegria teve uma PAUSA, quando ela ficou sabendo da morte trágica de uma Mulher ícone no seu municipio. Uma mulher anônima aos olhos da mídia, porem preciosa aos olhos de Leillane feminista como se auto define. 

Vítima foi morta dentro de uma construção abandonada de um quiosque
Foto: Raimundo Mascarenhas

Nesta mar de tristeza ela criou uns versos em forma de poesia e dedicou a "FLOR" como era popularmente conhecida Florizete da Silva Oliveira, que foi brutalmente violentada e espancada até a morte.

LEIAM:

“A Flor não pediu para ser arrancada...”

Embriagava-se
Estava pedindo

Vestimentas curtas?
Aquela ali só andava pedindo

Sozinha nas ruas?
Mas é claro que estava querendo

Se ela se comportasse
De maneira decente
Talvez a putaria nem rolasse

Era livre e mulher não pode
Andar, viver, ser
Como bem entender

A Flor não pediu para ser arrancada
Dilacerada
Penetrada
Subjugada
Apedrejada

Mas já que a mulher é frágil,
Senhores machos,
Usem essa força que dizem ter
Para carregar o peso de uma consciência miserável

E antes que caia no esquecimento
A Flor não pediu para ser arrancada.


Leilanne Costa

← Postagem mais recente Postagem mais antiga → Página inicial

0 COMENTÁRIOS:

Postar um comentário