ONTEM E HOJE DO 02 DE JULHO NA BAHIA

O Tempo chuvoso não colaborou com o desfile, porem todos estavam ali para um único objetivo. Comemorar o 02 de julho INDEPENDÊNCIA DA BAHIA.
Militares, civis, personalidades, políticos, estudantes, militantes, trabalhadores e trabalhadoras compareceram em massa para prestigiar a passagem da Índia Cabocla e seus fieis seguidores, incluindo ai dezenas de políticos a maioria deles trajando branco.
No desfile houve vários destaques como as imagens irão mostrar agora, e por si só dispensando o uso de muitos textos.

Por: Ricardo Lima | Fotos: Ricardo Lima
AO CENTRO DEPUTADO FEDERAL BACELAR E DE AZUL PRESIDENTE DO PTN/COITÉ
RICARDO LIMA, DE BRANCO A ESQUERDA MANOEL SOBRINHO PTN/BAHIA
PARTICIPARAM DO ATO CÍVICO.

Na madrugada de 2 de julho de 1823 os canhões do Forte da Lagartixa, que ficava em Água de Meninos, atiram para anunciar a partida das tropas portuguesas de Salvador. Vencidos por uma tropa de soldados regulares, escravos, descendentes de índios e pessoas comuns, os lusos pegam o caminho de volta.
AS " MARIAS QUITERIAS" REPRESENTADAS PELAS GUERREIRAS DA MARINHA E AERONÁUTICA.
Há pouco menos de um ano, em 7 de setembro de 1822, o então regente D. Pedro I proclamara a Independência do Brasil, assumindo, em outubro, o trono como imperador dos brasileiros. Mas os baianos continuaram sob ocupação lusitana até aquela madrugada, quando a alvorada dos canhões deu o sinal para a entrada do Exército Libertador na cidade.
A GUARDA MUNICIPAL DE SALVADOR COM SUAS BELAS "GMS" PRESENTES NO DESFILE
A luta contra os portugueses começou quando oficiais militares brasileiros, sediados em Salvador, insubordinaram-se contra nomeação do general Madeira de Melo como comandante das armas na Bahia, substituindo do cargo o militar brasileiro Manuel Pedro de Freitas Guimarães.
MILITANTES DO PV - PARTIDO VERDE, CAPITANEADOS POR DANILO PEREIRADE BRAÇOS ABERTOS, PRÉ CANDIDATO A VEREADOR PELO PARTIDO EM SALVADOR NO PRÓXIMO PLEITO.
A Carta Régia veio de Portugal, em fevereiro de 1822, implantando total subordinação do comando militar da cidade aos portugueses. O estado na época era governado por uma junta provisória formada por brasileiros, que não foi consultada. A Câmara Municipal também foi passada pra trás, o que aumentou a insatisfação.
DEPUTADO JORGE SOLLA E REPORTER DO BAHIA NOTICIAS
Madeira de Melo submeteu os poderes políticos e militares a seu comando e mandou reprimir os atos de insubordinação dos militares e da população a partir de 12 de fevereiro de 1822. No dia 21, o Forte de São Pedro, onde oficiais e soldados brasileiros resistiam, cai para as tropas lusas. As tropas brasileiras se dispersam, mas o movimento continua.
BANDAS PERCUSIVAS DAVAM O TOM ANTES DO DESFILE

Políticos, militares e senhores abastados refugiam-se nas cidades do Recôncavo. Em Salvador, a tropa portuguesa se aproveita do terror implantado por Madeira de Melo para saquear brasileiros, espancar e matar negros e mulatos. No Convento da Lapa, matam à baioneta a sóror Joana Angélica.
A TV ARATU PRESENTE NO LOCAL DO CORTEJO
A violência acirrou o espírito antilusitano nos setores mais pobres da sociedade de então e começa uma espécie de guerrilha contra os portugueses. No entorno da cidade,numa área que abrangia os atuais bairros de Pirajá e Itapuã, a tropa lusa passou a ser atacada por soldados desertores, índios e escravos fugidos.
RODOVIÁRIOS ALERTAVAM A POPULAÇÃO SOBRE A NECESSIDADE DA PRESERVAÇÃO DO TRANSPORTE COLETIVO DA CIDADE DE SALVADOR.
Enquanto isso, nas cidades do Recôncavo, com suas terras ocupadas pela riiqueza da cana-de-açúcar, o movimento se organiza. Em 14 de junho de 1822, a Câmara Municipal de Santo Amaro proclama adesão ao príncipe D. Pedro. Foi a primeira cidade baiana, seguida por Cachoeira e várias outras.
A VELHA E TRADICIONAL BANDINHA DE MARCHINHA ALEGRAVAM O CIRCUITO
No dia 25 de junho, soldados brasileiros mal-armados rendem uma canhoneira portuguesa que bombardeava Cachoeira. A resistência se organiza rapidamente na cidade, formando batalhões para enfrentar os portugueses. Na ilha de Itaparica, grupos locais impediam a navegação lusitana na Baía de Todos-os-Santos. Começa a guerra que duraria pouco mais de um ano.
POVO DE TERREIRO PRESENTE NA CELEBRAÇÃO DO 02 DE JULHO
Mas as tropas baianas não conseguiram terminar a ocupação lusitana de Salvador. Mas a proclamação oficial da Independência por D. Pedro, em 7 de setembro de 1822, daria novo alento à luta. Em outubro, o imperador nomeia o general mercenário francês Pierre Labatut para comandar o Exército Libertador e as coisas começam a mudar.
COMANDO DO CORPO DE BOMBEIROS DA BAHIA PRESENTE
Em janeiro de 1823, Madeira de Melo tenta tomar a ilha e suas tropas são rechaçadas pela população. Guerrilha no mar e em terra, com batalhões populares como Os Encourados de Pedrão e dos Periquitos forjando heróis locais como Maria Quitéria e açoitando as tropas portuguesas num terreno que elas não conheciam.
ÍNDIOS A RIGOR PRESENTES NO SIMBOLISMO DA DATA
Labatut aperta o cerco sobre Salvador e alista filhos e escravos dos senhores dos engenhos de cana-de-açúcar, geralmente contra a vontade dos barões, no novo exército. Nos dias 8 e 9 de novembro de 1822 vence os portugueses na batalha de Pirajá, em que o quase místico toque de atacar do corneteiro Lopes alterou o resultado da guerra.

Derrotados em terra, os lusitanos continuam a ser fustigados na Baía. Aí aparecem outros personagens da Independência. Thomas Alexander Cochrane, o almirante Lord Cochrane, mercenário inglês contratado por D. Pedro, o português João Francisco de Oliveira Botas, o João das Botas, e a negra Maria Felipa.

A esquadra de navios velhos e tripulação despreparada de Cochrane, a frota de saveiros de João das Botas e a população liderada por heróis como Maria Felipa impedem a navegação lusitana na Bahia e capturam ou destróem navios de suprimentos para as tropas em Salvador. O cerco é fechado.

Na madrugada de 2 de julho de 1823, depois do soar dos canhões, as tropas vitoriosas entram em Salvador pela Estrada das Boiadas, no atual bairro da Liberdade. Em homenagem a Lima e Silva, o Duque de Caxias, que comandou a entrada do Exército, a estrada depois ganharia o seu nome. Era o fim da Guerra da Bahia.

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